Laticínio São Vicente supera crise, acerta fusão e sonha estar no “top 5”
06, junho, 2025
Poucos meses após concluir o seu processo de recuperação judicial, o laticínio São Vicente adotou estratégia para expandir suas operações que é semelhante àquela que causou uma pressão sobre endividamento há cinco anos: vender uma fatia da empresa a um fundo de private equity.
Desta vez, o novo sócio já possui operações no setor lácteo. Trata-se do grupo Persa Investments, proprietário da Só Leite Brasil (SLBR), empresa com 1,2 mil produtores ativos e captação de 11 milhões de litros de leite por mês. As empresas não revelam a participação adquirida nem o valor pago.
Com a operação, que incorpora as operações do SLBR, o processamento mensal do Laticínio São Vicente ultrapassará os 14 milhões de litros de leite , enquanto o faturamento crescerá dos atuais R$ 230 milhões para cerca de R$ 600 milhões.
De acordo com seu diretor financeiro, Jairo Silva, o investimento da Persa só foi aprovado pela companhia por se tratar do que chamou de “fundo de propósito”, com investimentos voltados para um upgrade do negócio, e não apenas para alavancagem e retorno financeiro.
“Eles se juntaram ao negócio como sócios, não como um investidor que daqui a pouco tem um plano de sair e vender a sua, como em outras ocasiões”, detalhou o executivo.
“Como o fundo anterior fez um crescimento bastante acelerado, sem olhar a estrutura de capital que iria financiar aquele crescimento, houve uma explosão no endividamento da companhia”, detalhou Alysson Almeida, CEO e um dos sócios do São Vicente, à reportagem há um mês.
A expectativa é que a junção com a Só Leite Brasil permita ao São Vicente ampliar sua atuação no mercado de lácteos, hoje concentrada em queijos finos.
O primeiro passo em conjunto das duas companhias será investir em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. A ambição é virar o quinto maior laticínio do país.
A nova empresa, segundo Silva, ficará sob gestão do Laticínio São Vicente, que passará de três para cinco unidades industriais, além de um posto de refrigeração.
Dentre os novos produtos a serem incluídos no portfólio estão desde leite UHT até bebidas proteinadas, cujas vendas no Brasil cresceram 44% em 2024, segundo dados da Nielsen.
“Essa junção e ampliação de mercado é um ponto forte porque as operações de laticínios são muito pulverizadas no Brasil.
Então existe uma grande oportunidade de mercado para uma empresa estruturada, com condições de gestão”, afirmou Silva.
Jairo Silva, diretor financeiro do Laticínios São Vicente ( Foto: Divulgação)
Fonte: eDairynews, 28 maio 2025